O Didaquê
O Didaquê, também
conhecido como “o ensino dos doze apóstolos”, foi uma circular às igrejas
cristãs na província romana da Síria, escrita por volta de 101.
Esta circular parece
ter sido escrita para reforçar a moralidade cristã e instruir como tratar os
profetas que alegavam falar em nome do Senhor Jesus. Um dos sinais de falso
profeta era que eles permaneciam no local por mais do que dois ou três dias,
pediam dinheiro e refeições “no espírito”, o que provavelmente significava
exigir favores em troca das profecias.
O livro começa com a
visão dos “dois caminhos”: o caminho da vida e o caminho da morte. Quase não
menciona a graça, a fé, o perdão, a justificação ou qualquer outra menção que o
apóstolo Paulo costumava fazer. Mas há instruções pormenorizadas a respeito do
batismo e da ceia do Senhor.
Por fim, Didaquê exorta
os cristãos a escolherem bispos e diáconos dignos do Senhor, homens mansos e
não amantes de dinheiro, verdadeiros e aprovados. O conselho do autor era substituí-los
por ministros mais permanentes que supervisionassem a congregação, o que veio a
acontecer anos depois, conforme veremos mais adiante.
Veremos que essa boa
intenção (a escolha de um bispo permanente) trouxe bons resultados, mas, devido
à ganância, soberba, arrogância e à vaidade humana, trouxe também sérias e
desastrosas consequências. Interessante observar que tanto o Senhor Jesus como
o apóstolo Paulo já haviam alertado que essas coisas haveriam de acontecer.
As palavras do Senhor Jesus,
nosso Salvador, ainda são valiosas para nos advertir, pois essa história sempre
volta a se repetir. Portanto, “acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que
vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores.
Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou
figos dos abrolhos?” (Mt 7:15-16).
Que não percamos a fé
em nosso Deus, mas que estejamos atentos, firmes e revestidos contra as astutas
ciladas do adversário (Ef 6:11).
Que o Senhor nos
abençoe e nos guarde.
Monteiro
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